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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Falemos sobre... Remetente Gandhi!!

No primeiro dia de qualquer curso de teatro o ministrante sempre pergunta "O que você veio fazer aqui?" quando é um curso avançado as vezes rola a questão "O que você acha que é o Teatro?" tem gente achando que teatro é um monte de coisas ou que precisa de um monte de coisas, pra mim teatro é/precisa de: um bom discurso e bons atores

No dia 17/01 às 15h eu e a Paty fomos assistir o espetáculo Remetente Gandhi no Festival Em Janeiro Teatro é o Maior Barato. Novamente a expectativa foi a vilã. Pensa comigo: um espetáculo contando a vida de Gandhi para crianças. Como não criar expectativas? o discurso por si só já é bom, era só eles terem cuidado com os detalhes e já seria um bom espetáculo.

Acontece que nem todo mundo acha que um bom discurso (que eles tinham) e bons atores (que eles tinham) são suficientes e aí ficam enfeitando colocando umas coisas completamente desnecessárias e acabam estragando tudo. O pessoal da RosaReal Produções resolveu utilizar o audiovisual para contar essa história, eu não sou contra o audiovisual no teatro acredito que bem utilizado PODE contribuir, só que não tem cabimento de ser um espetáculo que coloca como personagem principal um telão! Pra contar sobre a vida de Gandhi!!! SIM DE GANDHI!!!

Não precisa nem falar que deu "pau" no meio da peça e não precisa nem falar que do Gandhi mesmo falaram muito pouco, deram tamanha importancia ao maldito telão que acabaram com o espetáculo, tudo era em volta do telão. Sem contar a fala infantilizada que foi escolhida pelo atores. Eu sou discente em Pedagogia pela Unesp Rio Preto e não só eu como todos os meus professores podemos garantir, criança não é retardada!! O chamado "baby talk" é indicado para crianças até 03 anos (pois facilita a compreenção das palavras e ajuda a criança a começar a falar) e o espetáculo é para a partir de 05 (segundo a produção) portanto não faz sentido aquele jeito de falar e as "macaquisses".

A impressão que eu tanho é que eles não acreditaram na potencia da história (ou que ela seria muito complicada para crianças) e nem na qualidade deles mesmos de conta-la, o que é uma pena, pois eu estava com uma expectativa muito grande para ver um excelente espetáculo.

Só pra finalizar. Eu já vi espetáculos para crianças tratando de Cancer e abuso de menores; sobre guerras; sobre racismo e aceitação o que só prova que essa história não era muito dificil de ser contada, bastava eles acreditarem no próprio potencial.

São José do Rio Preto, 22 de Janeiro de 2016

Desde já agradeço... Lawrence Garcia

2 comentários:

  1. O encenador Lawrence Garcia, diretor da Cia. Apocalíptica de Teatro (Rio Preto/SP) expressa neste Blog, suas impressões e experiências, --tanto profissional como pessoal acerca do circuito teatral. É um olhar critico e aguçado, considerando a tríade: texto, ator e platéia!

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  2. Eu estava querendo ir na apresentação deles na virada cultural, mas estava com medo dessa linguagem infantil. Nem vou então

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